ampara a minha sombra
para que ainda exista
após a ausência das coisas
e a cinza da paixão põe a tua
mão onde o corpo treme
de tanto nos querer repara
o deserto avança por dentro as estrelas
cintilam o último fogacho breve breve
a implosão é a medida de uma vida
que se frustra não me interessa
a opinião só o que fere freme e te faz
temer o silêncio que ritma o diálogo
ampara põe não largues
o fio tenho já o minotauro olhando
do fundo do poço do dédalo devo
retornar aguarda-me junto
à oliveira todas as outras
mãos são fumo ou de dedo
apontado a si deleitam-se
no espelho d'água
de moloch nada prendem
se não caminhamos sós
estende ampara põe
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